.nostalgia

Eline
5 min readSep 8, 2024

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Ontem, por necessidade de liberar espaço para fazer uma atualização no sistema operacional do celular, fui obrigada a revisitar aplicativos pouco usados para liberar espaço no armazenamento. Acabei me deparando com o app da Huji e passei parte da tarde me deliciando com memórias de um tempo que já parece resquício de uma vida passada.

Falo de meados de 2018 e 2019, antes da pandemia e antes de eu me sentir adulta com propriedade – estava naquele ínterim em que não se sabe se é adolescente ou “jovem”. Hoje ainda não tenho (graças a Deus) boa parte das incumbências da vida adulta, mas já sinto o peso de ser propriamente uma. O peso é diferente, mas naquela época – e já se vão impressionantes seis anos desde 2018 – tudo era possível.

(tempos de caloura na UnB)

Existe uma triste melancolia nas lembranças que ficam, uma nostalgia de um mundo que já não existe. Parece que o mundo antes de 2020 era tão diferente: mais certo e exato, mais promissor. Das memórias, fica apenas o sentimento traduzido pelo lendário Renato Russo e interpretado pela Cássia Eller:

Mudaram as estações

Nada mudou

Mas eu sei que alguma coisa aconteceu

Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente

Chegou um dia a acreditar

Que tudo era pra sempre

Sem saber que o pra sempre sempre acaba?

O engraçado é que Brasília parece uma cidade parada no tempo.

Vivemos numa bolha, e à medida em que fui saindo dela para viajar sozinha (não registrado aqui), o Brasil foi expandindo.

da minha primeira vez em São Paulo. Engraçado rever a cidade pelos olhos de turista de primeira viagem.

Relatos da vida cotidiana. Vida que ficou para trás, ainda que mentalmente. Engraçado como a gente muda mesmo quando os arredores não mudam, né?

Em meio a tudo isso, mudanças em mim também. Tentando descobrir quem eu sou e qual meu lugar no mundo (spoiler: continuo no processo).

Detalhes. Eu já fui detalhista um dia. Hoje até as coisas grandes me passam desapercebidas.

Lembranças de viagem. São Paulo, Manaus. Conhecer parte do Amazonas deveria estar no currículo de todo brasileiro. Foi uma das melhores viagens que já fiz.

Tem muito mais: fotos de amigos, primos bebês que hoje estão grandinhos, muitas fotos minhas, de coisas de casa, do dia a dia. Um cotidiano irritante aos olhos. Naquela “época” tudo tinha mais brilho, mais cor. Talvez eu tenha muito o que aprender com a minha eu do passado. Por isso mesmo que decidi postar aqui no Medium, plataforma que eu usava assiduamente até meados de 2021. Enfim, fica a reflexão de que há muito o que aprender com quem já fomos.

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